sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Grupo de Trabalho





Discentes:   Devyson Souza Nunes
                  Gibaldo Dantas de Souza Junior 
                  Lucicleia Ferreira Dos Santos
                  Rafael Rodrigues da Silva
                  Wendel Araujo Nunes

EXPANSÃO DO ISLAMISMO PARTINDO DA CRISE DE IMIGRAÇÃO QUE ESTÁ OCORRENDO NA EUROPA



     A expansão da civilização islâmica não é fato recente. Desde o surgimento da religião islâmica na península arábica no século VII, o movimento de expansão de seus seguidores tomou como rumo, além das regiões adjacentes a península, a costa mediterrânica, margeando a Europa até entrar nesse continente, primeiro pela península Ibérica e, posteriormente, por Constantinopla, na atual Turquia. 
      A Europa já foi palco de intensas guerras e disputas durante muitos séculos. Entretanto, em determinados momentos os conflitos ultrapassavam seu território, chegando a área de contato com outros povos. Os conflitos envolvendo o Oriente Médio, Norte da África e África Subsaariana têm provocado intensas imigrações para o continente europeu. 
      Como a Europa acaba de atravessar uma crise econômica, os países europeus estão apresentando certa resistência e dificuldades para aceitar e acomodar os migrantes que chegam em seu país. Por essa razão, cresce a tensão entre os países que integram a União Europeia para a criação de leis que regulem a chegada dos migrantes. É inegável que graves incidentes estão acontecendo na Europa envolvendo imigrantes: estupros, abuso, assédios, assaltos, invasões, segregação, etc. Mas cabe aqui uma indagação : será que o problema é mesmo a imigração? Ou será as regras do jogo?. A Europa teve uma política de imigração de refugiados de portas abertas, prometendo subsídios, trabalhos fáceis, moradia, saúde e educação grátis, um povo amestrado e desarmado e uma cultura de posição inferior. E qual foi o resultado? Atraíram uma desmedida leva de pessoas dispostas a se aproveitar do sistema e sem muita vontade para trabalhar ou resolver seus problemas.
       Assim, as leis de migração do continente europeu precisam ser revistas para conseguir organizar a intensa migração que vem ocorrendo. Além disso, é preciso ter certo controle com relação ao migrante que chega ao país, oferecendo um local seguro de moradia e oportunidades que garantam a sua sobrevivência e evitem que esse migrante ingresse em atividades ilícitas, se esquecer também que é preciso criar medidas de prevenção e monitoramento xenofobismo que é comum na Europa.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Expansão Islâmica


O islamismo no continente africano

       
      Depois do Oriente Médio, do subcontinente indiano e do sudeste asiático, a África se constitui numa quarta região que, apesar de menos importante no passado muçulmano, vem adquirindo cada vez mais relevância no contexto do chamado mundo islâmico.
     O número de muçulmanos na África é na atualidade estimado em mais de 300 milhões, cerca de 27% do total dos seguidores da religião criada pelo profeta Maomé.

        A islamização no continente africano se difundiu muito mais pelo comércio e pela migração do que por conquista militar. A expansão do islã na África seguiu três direções: do noroeste do continente (região do Magreb), ela avançou pelo Saara e alcançou a África Ocidental. A segunda direção foi aquela que, partindo do baixo para o alto vale do Nilo, chegou ao nordeste da África (península da Somália e arredores). Por fim, comerciantes originários da porção sul-sudoeste da Península Arábica e imigrantes do subcontinente indiano, criaram assentamentos no litoral do Índico e, dali, difundiram a presença muçulmana para o interior.


       O islamismo fez sua entrada no continente a partir da África do Norte, do Egito ao Marrocos, sendo uma das primeiras regiões a ser conquistadas pela expansão inicial árabe-islâmica (séculos VII e VIII).

Islamismo - É considerada hoje a religião que mais cresce no mundo. Tem um viés monoteísta e surgiu na Idade Média, na Península Arábica, tendo como profeta Maomé, e como deus Alá. O livro sagrado seguido pelos muçulmanos é o Alcorão, e pelos sunitas, também, as Sunas, que foram leis escritas ao longo da História que compuseram a religião. Apesar de ter surgido na Península Arábica, o islamismo se expandiu por todo o mundo, e tem diferentes características, pois se distingue entre os sunitas e xiitas, sendo que os últimos são mais rigorosos em relação à escolha de seus líderes e às tradições da religião, sendo alguns grupos ligados ao fundamentalismo religioso. Vale ressaltar, que quando no continente africano, o islamismo adquire características de religiões de matriz africana, principalmente nos trajes e na cultura.



Grandes Reinos Africanos






     O continente africano tem um passado exuberante, muito além das civilizações do Egito e Cartago. Grandes impérios ali floresceram na era antes de Cristo, na idade média e nos séculos seguintes. Por vários motivos declinaram: guerras civis, fragmentações políticas ou pela chegada dos colonizadores. O imperialismo, aliás, submeteu vários povos e dividiu o continente. Essa “partilha” misturou etnias e grupos inimigos, além de interferir nas práticas religiosas e na própria liberdade dos povos.



       A África é cercada a nordeste pelo mar Vermelho, ao norte pelo Mediterrâneo, a oeste pelo oceano Atlântico e a leste pelo oceano Índico. Em termos geográficos, suas principais marcas são o deserto do Saara ao norte que divide o continente, o deserto do Calahari a sudoeste, a floresta tropical do centro do continente, as savanas, ou campos de vegetação esparsa e rasteira, que separam áreas desérticas de áreas de florestas, e algumas terras altas, como aquelas nas quais nascem os rios que formam o Rio Nilo. Os rios são os meios de comunicação mais importantes do continente.

Essas diversidades naturais levaram estudiosos a falar de duas Áfricas, demarcadas pelo deserto do Saara: a África saariana que se localiza ao norte do continente e estende-se pela região que vai do atual Egito até Marrocos e a África subsaariana que estende-se do Saara até o Cabo da Boa Esperança, ao sul do continente, como podemos ver no mapa abaixo que representa a atual divisão territorial da África.



Reino de Gana









        O Reino de Gana, um dos mais antigos da região do Sahel foi intitulado pelos árabes de Terra do Ouro em função das grandes jazidas de ouro na região, o que tornava o reino rico e influente.Por existir grande quantidade do metal nas minas da região.Mercadores trocavam ouro principalmente por sal,que era extraído das salinas do Deserto do Saara e utilizado como moeda nas transações comerciais e na conservação dos alimentos. Sua economia possuía como pilares o Comércio transaariano e o ouro, sendo que a introdução do dromedário no comércio foi um fator responsável pelo desenvolvimento econômico do Reino de Gana. O Reino de Gana também é conhecido como Império de Uagadu fez parte da África Ocidental e importante civilização africana na Idade Média. surgido em meados do ano 750 d.C e durou até 1240. 



                      

                            Máscara Antiga de ouro





      As duas capitais de Gana Segundo Al-Bakri, o reino de Gana possuía duas capitais: Kumbi Saleh que era habitada por mercadores de várias etnias africanas, totalizando entre 15 e 20 mil habitantes, e Gaba ou Al-Ghana que servia de residência real. Al-Bakri descreve Kumbi Saleh como uma cidade de mercadores ricos com doze mesquitas. As pesquisas arqueológicas encontraram no local faianças procedentes do norte da África, objetos de vidro, cobre e couro. Em Gaba, a cidade real, situada a 1 km, ficava a residência do “gana” e de sua corte e sacerdotes. Nos arredores, em meio a bosques nativos ficavam os túmulos reais e eram realizados os rituais religiosos – o que tornava o local sagrado e proibido aos forasteiros. Gaba permanece desconhecida pelos pesquisadores pois ainda não foi localizada pelos arqueólogos. Apesar da expansão do Islã no norte da África e da forte presença muçulmana em Kumbi Saleh, a população soninquê de Gana, incluindo a família real, conservava seus cultos tradicionais.

       O declínio de Gana No século XI, o reino sofreu as investidas dos almorávidas, dinastia muçulmana, de origem berbere. Os almorávidas tomaram como missão impor, pela força das armas, a “verdadeira” fé aos infiéis. Lançaram-se em uma furiosa jihad investindo contra populações e reinos – guerra que resultou na formação de um império que, entre os séculos Xi e XII, se estendia pelos atuais territórios da Mauritânia, Saara Ocidental, Marrocos e sul da Espanha. Por volta de 1076, Kumbi Saleh, a capital de Gana, foi tomada e saqueada pelos almorávidas. Um segundo saque ocorreu em 1203. A devastação e o saque da capital arruinaram o reino de Gana que nunca mais conseguiu recuperar seu antigo poderio. As caravanas passaram a se desviar das rotas que passavam por Gana, seguindo por Tombuctu, Gao e Djené. A população de Gana converteu-se ao islamismo buscando se proteger dos ataques muçulmanos. A decadência aprofundou-se com revoltas internas que esfacelaram o país do ouro. O império de Gana mergulhou em lutas tribais até que, em 1240 suas últimas possessões foram incorporadas ao Reino de Mali.

Reino de Mali




     O Império do Mali, que sucedeu o Império de Gana, foi fundado no século XI, mas atingiu seu apogeu depois que Sundjata Keita, na batalha final de Kirina, conseguiu, em 1235, unificar o império vencendo o poderoso Sumanguro ou Soumaoro Kantê. Sumanguro era rei de Sosso, e pertencia a classe dos ferreiros, a mais poderosa dos artesãos, os que forjam o ferro, os transformadores dos mundos visíveis e não visíveis. Era também considerado um poderoso feiticeiro.
        O Mali era um império poderoso, pois controlava o comércio transaariano e as rotas caravaneiras que se dirigiam para as principais cidades do reino, localizados em sua maioria às bordas do Rio Níger, semelhante a rota comercial de Gana. O comércio e principalmente as taxas sobre o tráfico de ouro, sal, escravos, marfim, noz-de-cola e outros produtos eram fundamentais para a manutenção do Estado, da corte e do mansa. O artesanato era bastante desenvolvido. Cada grupo de artesãos tinha seu representante junto ao imperador. Os governantes do Mali recebiam o título de mansa. Viajantes árabes relatavam histórias de alguns governantes que se tornaram famosos, como Sundiata, herói fundador que reinou de 1230 a 1255, e Mansa Musa, que governou entre 1312 e 1337. É importante mencionar que o império do Mali e também de Gana assimilaram a cultura e a religião islâmica. Maomé que viveu entre Meca e Medina, de 570 a 632, foi fundador do Islã, que significa submissão a um deus, única e onipotente. A religião vinha acompanhada de maneiras de viver e de governar próprias do mundo árabe, chamadas de muçulmanas, sobre este assunto estudaremos com mais detalhes mais adiante.

O reino do Congo 




      Fundado no século XIV, o reino do Congo abrangia grande extensão da África centro-ocidental e se compunha de diversas províncias, governado por um rei que recebia o título de Manicongo. Hoje a região que fazia parte do reino Congo, recebe o nome de Republica Democrática do Congo.Os habitantes do reino do Congo organizavam-se em vários clãs. Esses clãs eram compostos de pessoas que acreditavam descender de um mesmo antepassado.
        A base da economia do Congo era a agricultura, pastoreio e o comércio. O comércio no território do Congo era intenso, os comerciantes congoleses lucravam com a comercialização de tecidos, sal, metais e derivados de animais, como o marfim. O comércio poderia ser à base de trocas ou com moedas (conchas chamadas de nzimbu) encontradas na região de Luanda em Angola.
    O manicongo, cercado de seus conselheiros, controlava o comércio, o trânsito de pessoas, recebia impostos, exercia a justiça, buscava garantir a harmonia da vida do reino e das pessoas que viviam nele. Os limites do reino eram traçados pelo conjunto de aldeias que pagavam tributos ao poder central, devendo fidelidade a ele, recebendo proteção, tanto para assuntos deste mundo como para os assuntos do além, pois manicongo também era responsável pelas boas relações com os espíritos e os ancestrais.
Em 1483 iniciou no reino do Congo o contato com os portugueses.

                       Contato entre Bakongos e Portugueses



Reino de Benin


      O Reino de Benin foi um dos mais poderosos da costa oeste da África, tendo inclusive feito parte do tráfico de escravos negros entre os séculos XVI e XIX.
      O Reino de Benin começou a ser formado entre os séculos XII e XIII. A história de sua formação é articulada por um misto de investigações arqueológicas e narrativas mitopoéticas, haja vista que os mitos fundadores da tradição oral de Benin estão associados aos mitos fundadores da cidade de Ifé. Conta-se que Ifé foi fundada por Odudua, um orixá da criação, a mando do deus supremo, Olorum. Benin, por sua vez, teria sido fundado por Oraniã, orixá das profundezas da Terra, filho de Odudua.
A lenda sobre Oraniã ainda faz referência a um suposto filho que ele teve, Eweka, que teria sido o primeiro rei, ou obá, de Benin. O fato é que o Reino de Benin contou, ao longo de sua trajetória, com poderosos obás. No século XV, um desses obás, Ewuare, promoveu intensas reformas no reino, transformando Benin em uma grandiosa potência subsaariana. Data dessa época o relato do contato de navegantes europeus, sobretudo ibéricos e holandeses, com o Reino de Benin.
       Os principais produtos comercializados por Benin eram pimenta, marfim, tecidos, peças artísticas feitas em bronze e cobre e, principalmente, escravos.
    Portugal foi um dos maiores compradores dos escravos vendidos em Benin, que, por sua vez, importava escravos de outras regiões da África, sobretudo do Norte, que era controlado por muçulmanos, para revendê-los aos europeus. Desse modo, o tráfico negreiro foi uma das atividades mais lucrativas para Benin. A estrutura desse reino só foi desmontada definitivamente no século XIX, quando o processo neocolonialista europeu e a Partilha da África tiveram início.

                       Cabeça de marfim, Império de Benim,
século XVI


Obs: Vale ressaltar que nem todas as comunidades africanas do período conheceram um poder centralizado junto a um rei, muitas vezes as nações africanas escolhiam como líder alguém que era bom negociador, um bom guerreiro, que era forte, corajoso e que tinham esses e outros atributos. Enfim, a África como um continente diverso, também foi diverso em sua organização politica.